A relação entre alimentação e saúde mental vem ganhando destaque à medida que pesquisas revelam que aquilo que comemos pode impactar diretamente nosso estado emocional e cognitivo. Estudos sugerem que a ingestão de determinados nutrientes desempenha um papel crucial na regulação do humor e na prevenção de transtornos mentais, como ansiedade e depressão. A Dra. Giovana Aranha, especialista em nutrição emocional e comportamental, explica em detalhes como diferentes alimentos e suas propriedades podem influenciar nosso bem-estar psicológico e emocional.
Segundo Giovana, todos os nutrientes têm uma importância geral para a saúde mental, mas alguns se destacam pela sua ação direta no sistema neurológico. “Minerais como o magnésio e o iodo têm papeis cruciais. O magnésio atua na saúde neurológica, enquanto o iodo está ligado ao funcionamento da tireoide, que, quando desregulada, pode resultar em depressão”, afirma. Além desses, o ferro é fundamental para uma boa oxigenação cerebral, crucial para um funcionamento cerebral saudável.
As vitaminas do complexo B, como B6, B9 (folato) e B12, também desempenham um papel vital. “Essas vitaminas são essenciais para a formação de neurotransmissores como serotonina e dopamina, que são diretamente responsáveis por nosso bem-estar”, explica a Dra. Giovana. A vitamina D, muitas vezes associada à saúde óssea, também tem uma relação comprovada com a regulação do humor. “Baixos níveis de vitamina D estão fortemente associados a sintomas de depressão e ansiedade”, destaca.
Além disso, os probióticos merecem atenção especial, dada a interconexão entre o intestino e o cérebro. “O intestino, que produz grande parte dos neurotransmissores como a serotonina, precisa estar saudável para garantir uma boa produção dessas substâncias. Problemas intestinais podem resultar em desequilíbrios emocionais”, alerta a especialista.
O impacto de açúcares e gorduras trans no humor
A alimentação rica em açúcar e gorduras trans não afeta apenas a saúde física, mas também pode desencadear distúrbios mentais. A doutora. Giovana Aranha alerta que o consumo excessivo de açúcar afeta o “circuito dopaminérgico”, responsável pela sensação de prazer. “Alimentos açucarados estimulam a produção de dopamina, criando uma rápida sensação de prazer. Porém, com o tempo, os receptores de dopamina perdem sensibilidade, podendo levar à compulsão alimentar”, explica.
Da mesma forma, as gorduras trans, presentes em alimentos ultraprocessados, exacerbam esse ciclo. “Alimentos ultraprocessados são altamente viciantes e prejudicam a sensibilidade à dopamina e serotonina, fazendo com que as pessoas fiquem reféns de uma busca constante por prazer através da comida”, completa a Dra. Giovana.
Dieta mediterrânea: uma aliada da saúde mental
Um dos regimes alimentares mais recomendados para melhorar a saúde mental é a dieta mediterrânea. Rica em peixes, frutas, legumes, azeite de oliva e oleaginosas, essa dieta tem efeitos positivos na prevenção de doenças como depressão e ansiedade. “O triptofano presente em peixes e ovos, por exemplo, é essencial para a produção de serotonina, que estabiliza o humor”, explica a Dra. Giovana.
Além disso, alimentos ricos em antioxidantes, como os encontrados na dieta mediterrânea, combatem a neuroinflamação, um processo que contribui para o declínio cognitivo e emocional. “A dieta mediterrânea proporciona uma alimentação rica em vitaminas, minerais e gorduras boas, como o ômega-3, que são essenciais para a regeneração cerebral e a melhoria da sensibilidade a neurotransmissores”, detalha.
Deficiências nutricionais e os transtornos mentais
A falta de nutrientes como as vitaminas do complexo B, ômega-3 e magnésio pode agravar problemas emocionais. “A deficiência de ômega-3, um potente anti-inflamatório cerebral, está relacionada à neuroinflamação, que reduz a sensibilidade aos neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar”, observa a Dra. Giovana. As vitaminas do complexo B também têm papel fundamental na prevenção de neurodegeneração, enquanto o magnésio é crucial para evitar o estresse e a ansiedade.
De acordo com a especialista, a alimentação exerce uma influência profunda no nosso humor e saúde mental. Incorporar uma dieta rica em nutrientes essenciais, como a mediterrânea, pode ser um caminho eficaz para promover o bem-estar emocional e prevenir transtornos mentais. O conselho da Dra. Giovana Aranha é claro: “Cuidar da alimentação é cuidar da mente. E uma mente saudável, sem dúvida, promove uma vida mais equilibrada e feliz”.
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