Os sistemas de inteligência artificial (IA) passaram a automatizar tarefas de gerenciamento de servidores e antecipar falhas em infraestruturas de hospedagem web. A tecnologia pode monitorar o tráfego, ajustar a distribuição de memória e bloquear os ataques cibernéticos sem supervisão humana constante.
Segundo o especialista de SEO da HostGator, Fernando Carvalho, a inteligência artificial vem aprimorando os serviços de hospedagem ao automatizar processos e otimizar o uso de recursos em tempo real. “Essa combinação garante maior eficiência operacional, reduz custos e melhora o desempenho dos servidores, permitindo que os clientes tenham experiências mais rápidas, estáveis e seguras.”
Na prática, a ferramenta para criar sites com IA identifica quais páginas devem ter prioridade no cache, garantindo velocidade aos conteúdos mais acessados. Um exemplo dessa aplicação é quando sites de e-commerce escalam a infraestrutura durante promoções relâmpago para manter os tempos de carregamento adequados, deixando a experiência mais satisfatória para os clientes.
No universo corporativo brasileiro, 13% das empresas já utilizam IA, taxa que iguala a média da União Europeia, conforme levantamento TIC Empresas 2024 do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC Br). Já entre as empresas industriais brasileiras, a adoção de IA saltou de 16,9% em 2022 para 41,9% em 2024, de acordo com a Pesquisa de Inovação Semestral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada em 2024.
A demanda de pequenas empresas impulsionou a hospedagem WordPress com IA entre provedores brasileiros, que intensificaram a oferta dessa modalidade em 2025. A iniciativa responde à demanda de micro e pequenas empresas que querem sites prontos com mínimo esforço técnico.
Algoritmos cortam tempo de execução em até 45%
Algoritmos de machine learning aplicados à alocação de recursos em nuvem reduziram o tempo de execução de tarefas entre 35% e 45%, segundo revisão sistemática publicada em 2025 pela revista científica Frontiers. O mesmo estudo aponta economia de energia da ordem de 40% a 50%. É como se as IAs tivessem sido ensinadas a organizar melhor esses recursos, agindo como uma “gerente” que distribui as tarefas de uma forma mais eficiente para uma equipe.
Os ganhos decorrem da capacidade dos sistemas de prever picos de tráfego e escalar recursos antes que o desempenho seja afetado. Vários provedores, nacionais e internacionais, incorporaram algoritmos que monitoram constantemente o tráfego, identificam padrões e ajustam a distribuição de memória conforme a demanda oscila.
Investimento em infraestrutura cresce, mas consumo energético acende alerta
O relatório da Flexential sobre infraestrutura de IA em 2024 mostra que 59% das organizações com planos relacionados à inteligência artificial estão ampliando investimentos em infraestrutura. Aplicações que utilizam aprendizado de máquina exigem densidades de potência elevadas. Alguns requisitos chegam entre 50 e 100 quilowatts por rack, segundo o mesmo documento.
Entre os desafios que esse crescimento traz está o energético. O consumo de energia de data centers atingiu 415 terawatts-hora em 2024, o equivalente a 1,5% do consumo global de eletricidade. A projeção da Agência Internacional de Energia (IEA) indica que esse número deve dobrar para 945 TWh até 2030. Estados Unidos (45%), China (25%) e Europa (15%) respondem pelas maiores parcelas.
União Europeia dobra uso de IA em um ano; Dinamarca e Suécia na ponta
Em 2024, 13,5% das empresas em países da União Europeia (EU 27) e 13,9% na área da OCDE implementaram soluções de IA, segundo relatório da organização publicado em 2025. As taxas de adoção dobraram em relação ao ano anterior em alguns países.
Países nórdicos lideram a adoção. Dinamarca, Suécia, Finlândia e Bélgica registram taxas entre 24% e 28%, conforme o mesmo documento da OCDE. O mercado global de IA deve ultrapassar US$ 2 trilhões até 2031, com taxa de crescimento anual composta de 19%, segundo projeções da União Internacional de Telecomunicações (ITU) divulgadas em relatório de 2023.












