Uma nova abordagem minimamente invasiva vem ganhando destaque no tratamento de complicações causadas por preenchimentos faciais, especialmente na região nasal. Desenvolvido pelo cirurgião plástico Dr. Regis Ramos, o endolaser nasal foi apresentado no Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, em Belo Horizonte, como uma alternativa eficaz para a remoção de materiais e correção de fibroses com menor trauma tecidual.

Com o aumento da busca por procedimentos estéticos e a popularização da rinomodelação, também cresceram os casos de irregularidades, nódulos, retrações e reações inflamatórias relacionadas ao uso de preenchedores tanto absorvíveis quanto permanentes. A técnica proposta pelo Dr. Regis surge como uma resposta a esses desafios, oferecendo precisão e segurança em uma área anatômica considerada extremamente delicada.

“O endolaser intralesional permite atuar diretamente sobre o material de preenchimento e sobre o tecido fibrótico, fragmentando e facilitando a remoção com mínimo trauma. Isso abre espaço para corrigir deformidades e complicações sem a necessidade de cirurgias mais extensas”, explica o especialista.

Como funciona a técnica

O procedimento é realizado por meio de uma microcânula conectada a uma fibra ótica, que conduz energia diretamente ao local comprometido. A emissão de calor fragmenta o material utilizado no preenchimento incluindo substâncias permanentes como o PMMA e rompe septos fibróticos responsáveis por retrações e irregularidades.

Após a ação do laser, é feita uma aspiração suave dos fragmentos, tudo sob anestesia local e sem incisões externas, reduzindo risco de cicatrizes e favorecendo a recuperação.

Indicações mais comuns
• Deformidades e assimetrias após rinomodelação.
• Nódulos, granulomas e irregularidades palpáveis.
• Retrações e fibroses após preenchimentos ou cirurgias prévias.
• Complicações causadas por materiais permanentes.
• Casos que evitariam cirurgias abertas, mas exigem intervenção.

Principais vantagens
• Minimamente invasivo, com menor risco e recuperação mais rápida.
• Aplicação precisa no ponto de fibrose ou acúmulo do produto.
• Possibilidade de tratamento ambulatorial, sem afastamento prolongado.
• Redução significativa da necessidade de cirurgias abertas.
• Procedimento repetível, permitindo ajustes progressivos.

Cuidados e limitações

Apesar dos resultados promissores, o Dr. Regis ressalta que o método exige treinamento especializado, conhecimento da anatomia nasal e uso de parâmetros energéticos seguros.

“Nem todos os casos permitem remoção completa do material, e cada tipo de preenchimento reage de forma diferente. A avaliação individualizada é essencial”, destaca.

A seleção criteriosa do paciente, histórico do material utilizado e exames de imagem complementares fazem parte do protocolo antes da indicação.

Um avanço para a prática da cirurgia plástica

A técnica desenvolvida pelo Dr. Regis Ramos representa um avanço importante no manejo de complicações tardias, especialmente em um cenário no qual cresce o número de procedimentos realizados fora do ambiente médico e com produtos diversos.

Para cirurgiões plásticos, o endolaser nasal amplia o arsenal terapêutico e oferece mais segurança e precisão no tratamento de uma área considerada crítica.