
Quando as pessoas pensam serem mais musculosas, a primeira coisa que vem em suas mentes são as figuras de brutamontes fisiculturistas ou powerlifters carregados de pesos e volume muscular. Na verdade, essas pessoas enxergam os músculos apenas dentro de um sistema mecânico no qual sua função seria mover o corpo humano e gerar assim força e potência. Entretanto os músculos podem ser bem mais que isso, sendo considerado uma glândula endócrina devido a secreção de citocinas que atuarão em si mesmas e diversos tecidos do corpo. No caso, as citocinas secretadas pelos músculos são denominadas miocinas.
As miocinas podem estar envolvidas nos efeitos benéficos agudos e crônicos do exercício e desempenham papéis importantes na proteção contra doenças associadas à inflamação, resistência à insulina e hiperlipidemia, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo II e câncer.
O músculo é onde armazenamos aminoácidos que formam as proteínas. Portanto, se uma pessoa com pouca massa muscular adoece provavelmente não terá muitas reservas de aminoácidos para ajudar na sua recuperação.
A deficiência de massa muscular significa que, dependendo de sua refeição, o corpo poderá não lidar tão bem com a glicose, o que aceleraria em direção a uma resistência a insulina, diabetes e outros problemas de saúde, isso porque um tecido muscular saudável é considerado o maior consumidor de glicose do organismo.

A perda de massa muscular tem sérios efeitos sobre o metabolismo, ela não é apenas um efeito colateral de doenças e morte. Ela é, também, causa primária. Uma ótima maneira de diminuir essa perda muscular, sarcopenia, é a prática de atividades físicas regulares e em particular a musculação, que além de prevenir e reduzir a perda da massa muscular ainda pode gerar hipertrofia (aumento do volume de massa muscular) e melhora das condições de força e coordenação do individuo, principalmente do idoso, que sofre mais com esse processo. A função mitocondrial de um idoso que se exercita é similar a de uma pessoa com a metade de sua idade sedentária. Além disso, existe o risco de quedas e fraturas em decorrência da falta de força e massa muscular em idosos que são as maiores causas de morte destes hoje. Sendo assim, quando treinado, o idoso além de diminuir os riscos de acidentes que podem o levar a morte, ainda tem a chance de uma recuperação bem mais rápida e plena. Mesmo após cirurgia, com a imobilidade e com perda de massa muscular e densidade óssea decorrente, natural nesse processo, quando treinado, o dano será menor pois terá uma boa reserva.
Agora que já sabe que ser mais musculoso não é apenas para sua vaidade, já treinou hoje?
Por Abnel Junior / Juliano Mendes Assessoria















