A noite deste domingo, 2 de março, coroou o filme “Anora” como o grande vencedor do Oscar 2025. O filme, que tem como temática uma trabalhadora do sexo que se casa com um jovem rico de origem russa, levou cinco estatuetas: por melhor filme; melhor direção; melhor edição; melhor roteiro original e melhor atriz, com Mikey Madison.
Na recente cerimônia do Oscar, a premiação de melhor filme e melhor atriz gerou um burburinho significativo entre o público brasileiro, especialmente pelo fato de não terem favorecido a atriz Fernanda Torres e seu aclamado filme “Ainda Estou Aqui”. A ausência de reconhecimento para a talentosa atriz e sua obra, que abordou temáticas relevantes e emocionantes, deixou muitos espectadores perplexos e insatisfeitos. Vale lembrar que Demi Moore, protagonista do filme “Substância” e uma das favoritas a ganhar o prêmio de melhor atriz, também não venceu. E cá entre nós, pela sua corajosa e arriscada atuação, merecia também ser lembrada.
Fernanda, uma das figuras mais respeitadas do cinema nacional, entregou uma performance marcante que conquistou tanto a crítica quanto o público. No entanto, ao final da cerimônia, quando os vencedores foram anunciados, a frustração foi palpável nas redes sociais e entre os comentaristas de cultura. A escolha dos premiados foi interpretada por muitos como uma desconsideração ao talento brasileiro e à riqueza das narrativas locais.
São três filmes de estilos diferentes: “Ainda estou aqui” (um drama baseado em fatos reais), “Substância” (um suspense) e “Anora” (uma aventura repleta de altos e baixos).
Os comentários negativos se espalharam rapidamente, refletindo a decepção de um público que esperava ver seu ícone homenageado em uma das maiores celebrações do cinema mundial. A sensação de que “Ainda Estou Aqui”, mesmo recebendo a premiação de melhor filme estrangeiro, merecia um lugar entre os melhores do ano, potencializou a rejeição à decisão da academia, gerando discussões sobre a valorização da arte brasileira em um cenário global.
“Anora é um filme vibrante, criativo e dinâmico, de baixo orçamento (US$ 6 milhões), muito bem dirigido e que foi produzido com muita raça. Isso o torna diferente dos demais. Mikey Madison talvez não tenha merecido o prêmio de melhor atriz, porque as atuações de Fernanda Torres (Ainda Estou Aqui) e Demi Moore (A Substância) foram muito mais complexas e acredito que mereciam um destaque maior”, declara a atriz Fernanda Arraes, brasileira que vive nos Estados Unidos.

A atriz Ingrid Guimarães demonstrou sua indignação nas redes sociais ao postar um vídeo dizendo que a atriz Mikey Madison tem apenas vinte e pouco anos e uma vida inteira para ganhar vários prêmios (Fernanda Torres e Demi Moore têm mais de 50 anos), associando o assunto ao etarismo. Será?
Vale ressaltar que os ganhadores do Oscar são escolhidos por profissionais da indústria cinematográfica, totalizando aproximadamente 10 mil profissionais.
Esse episódio não apenas destacou a luta de artistas brasileiros por reconhecimento, mas também suscitou questionamentos sobre a representatividade e as escolhas da indústria cinematográfica em grandes premiações. A falta de uma vitória para Fernanda Torres e seu filme se tornou um símbolo de um sistema que ainda precisa evoluir para abraçar plenamente a diversidade e a riqueza da produção cultural do Brasil.














