Com belos traços, o grafiteiro Lelin Alves vai conquistando o mundo

Arte por Lelin Alves

Arte por Lelin Alves

Iniciando suas atividades em 1999, Wesley Alves, mais conhecido como Lelin Alves, participou de Festivais de graffiti, exposições e workshops, e apresentou trabalhos em vários estados brasileiros e também para o Chile e Equador. Começou a grafitar com 13 anos e teve como principais influencias o Hip Hop e o Skate, além de outras culturas urbanas. Com uma opinião diferente dos pichadores, ele fala que a pichação nasce através de culturas alternativas. Com a criação desenhos inspirados na estética, Lelin Alves deixa com que a mensagem surja naturalmente.

 

– Qual sua inspiração para fazer seus graffiti?

O próprio graffiti me inspira.

 

– Em que você se inspirou para começar sua carreira?

Me inspirei no que sofri trabalhando alguns dias em uma loja de motos usadas no centro da cidade [risos]. Depois conheci o Ton, que é um dos grafiteiros mais antigos de Ribeirão Preto, e ele me mostrou o caminho de viver da arte.

 

– Qual foi sua primeira arte? Onde e quando?

Desenho desde criança então não lembro, mas como graffiti foi quando ajudei a pintar uns obstáculos de skate com meus amigos, sobrou tinta e saímos pra escrever nossos nomes pela cidade com os restos.

 

– Em suas artes, você protesta ou apenas expressa?

Geralmente só expresso, mas às vezes protesto também.

 

– O que o Graffiti mudou em você na sua vida?

Não sei bem, porque como comecei com 13 anos não me conhecia por gente antes [risos], mas acredito que na época me fez ver um mundo diferente do tradicional estudar, arrumar um emprego no supermercado, se formar e conseguir m emprego melhor. Trabalho com pinturas desde os 14 anos e apesar de ser difícil, sou feliz, porque nunca gostei de receber ordens.

 

– Você que está há muito tempo no graffiti, qual a mensagens que passa em suas artes?

Crio meus desenhos inspirados na estética e deixo com que a mensagem surja naturalmente, cada hora sai uma coisa diferente, mas na maioria das vezes sai algo relacionado ao universo do próprio graffiti já que penso nisso quase o dia todo, mas como não costumo usar frases. Cada pessoa que vê interpreta da sua maneira de acordo com a vida dela, e por isso, acho que a arte é importante na humanidade.

 

– Você acredita que com suas artes, as pessoas podem ter outra visão do graffiti?

Ouço muito na rua algumas pessoas elogiando e dizendo coisas como “eu não gosto de graffiti, mas do seu eu gostei”, [risos]. Na real acho que o legal do graffiti é que ‘ta’ na rua, utiliza o espaço que ninguém notava antes e depois passa a notar. A gente aprende na rua e ninguém nasce sabendo, então sempre vai ter graffiti “feio” e “bonito” nas ruas. Muitas pessoas nunca vão aceitar isso, mas na verdade o graffiti não quer ser aceito por toda a sociedade, faz parte da nossa cultura também, ora queremos agradar, ora queremos incomodar. Mas acredito que a gente mais agrada do que incomoda.

 

– Qual sua opinião sobre os pichadores?

Comecei com pichação, e ao contrario do que dizem por ai, pichadores não são pessoas ruins, pelo menos a maioria deles não. Todas as pessoas do mundo já fizeram algum tipo de pichação, seja ela na carteira da escola, no chão da rua, com um prego riscando a arvore, creio que é natural do ser humano deixar suas marcas e vemos isso desde a época dos homens das cavernas. Nas periferias pouco se tem acesso à cultura, que também é natural do ser humano, então naturalmente surge culturas alternativas e é assim que a pichação nasce em quase todo o mundo. Enquanto o país não funcionar direito vai existir a pichação, a criminalidade e por ai vai. O problema pra mim é que as pessoas se preocupam mais com a cultura alternativa, do que com os reais problemas da cidade.

 

– Com toda a situação do Brasil, qual seria o graffiti perfeito que ilustrasse esse momento?

Pra mim seria uma pichação bem grande no palácio central com uma boa frase em relação a corrupção.

 

– Quais cores você mais gosta de colocar em suas artes?

Não sei, ora gosto de umas, ora de outras. Procuro não me limitar a usar uma combinação de uma única cor, como alguns artistas fazem. Ultimamente tenho ficado feliz com os laranjas.

 

– Quais são os projetos para 2015?

Tenho a Bienal de Graffiti em abril e convites para encontros de graffiti pelo Brasil e esperando oportunidades de viajar pra fora.

Por Guilherme Galdino

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