Em comemoração ao dia da Mulher, Vitória Guarizo relembra seu processo de transição e inserção no espaço como mulher trans

Decidida desde muito cedo, Vitória Guarizo começou seu processo de transição ainda adolescente, com seus 17 anos. Apesar de receber o apoio direto dos pais desde sempre, a atriz relata que passar pelo processo não foi totalmente fácil. A atriz ainda relembra como toda sua luta lá atrás foi essencial para tornar a mulher que ela é hoje.

Em entrevista cedida por Vitória, ela relembra como foi contar para os pais que o seu verdadeiro eu, era uma mulher, e não um homem. “Quando contei que queria virar transexual, meus pais reagiram super bem e me acolheram naquele momento. Nunca me julgaram ou tentaram mudar minha ideia. Ainda me lembro de meu pai me levar em uma loja da Louis Vuitton onde comprei minha primeira bolsa feminina. Minha mãe, por outro lado, se tornou ainda mais superprotetora comigo, pois sabia que o mundo a fora não seria fácil. E com o apoio deles, o processo se tornaria mais fácil, ou melhor, seria um pouco menos complicado”, relatou.

Quando a atriz decidiu que queria passar pela transição de gênero, ela se encontrava na última série do ensino médio e relembra como foi viver isso durante a formação escolar. ” O maior preconceito que enfrentei, não foi dentro de casa, foi no colégio. Simplesmente me pegaram e me jogaram dentro da lata de lixo do colégio, por apenas estar assumindo meu verdadeiro eu. O maior preconceito vinham das falsas amigas. Na frente fingiam que gostavam de mim, mas pelas minhas costas falavam mal. E isso para uma adolescente de 17 anos não é fácil, é uma coisa muito dolorosa de se viver”, destaca.

Vaidosa assumida desde sempre, Vitória já passou por processos estéticos e pela cirurgia de redesignação sexual para tornar seu corpo o mais feminino possível, mas ainda assim, o preconceito não deixou de existir. “Depois de toda minha transição, o preconceito não parou. Aliás, acho que nunca vai parar, ainda vivemos em uma sociedade que insiste em moldar os outros a sua maneira e que não aceitam as diferenças de cada um. Mas apesar de tudo isso, minha luta durante todos esses anos me tornou em uma mulher forte e determinada, e que não irá aceitar calada o que a sociedade tem a dizer sobre com o intuito de ofendê-la”, reforçou.

No mercado de trabalho, no inicio não foi fácil, pois era muito criticada pela minha forma de ser. “Quando comecei a trabalhar no meio artístico,  as coisas giravam muito em torno de todos serem perfeitos, e isso excluía a mulher transexual. Sempre acharam que a forma como eu me vestia ou me expressava era muito estranha, artística ou criativa. Hoje em dia há muitos artistas LGBTQIA+ em vários tipos de visuais e são todos realmente únicos, e que bom que a sociedade mudou, mesmo que pouco, e passou a respeitar e aceitar as mais variadas formas de representação”, disse.

Vitória faz questão de sempre relembrar da sua luta e faz questão de compartilhar isso em suas redes sociais para seus seguidores, como uma forma de torná-los mais próximos dela e permitindo conhecer um pouco mais da sua história. “Não foi um processo fácil, mas foi uma vivência que me permitiu a desbravar esse mundo de outra forma, com muita luta e dedicação. O que posso dizer para os dias de hoje é que eu sou feliz pela mulher que sou, pela minha luta, minha história e tudo que ela representa. E reforço para todas a mulheres, sejam cis ou trans, se amem, se aceitem, mas não deixe que nunca te diminuam”, finalizou.

 

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