Falta de adaptação pode comprometer cobranças recorrentes, fluxo de caixa e relacionamento com clientes
Com a aproximação do prazo definido pelo Banco Central para a implementação obrigatória do Pix Automático em débitos recorrentes, empresas de diversos segmentos enfrentam um cenário de urgência regulatória e operacional. A nova regra, estabelecida pelo Banco Central na Resolução BCB nº 505 , em vigor desde outubro, exige que todas as instituições financeiras e de pagamento atualizem sistemas, contratos e autorizações até 1º de janeiro de 2026, prazo considerado curto diante do volume de ajustes necessários.
Embora o novo modelo simplifique processos de cobrança, a falta de preparação pode gerar impactos significativos em setores que dependem de pagamentos mensais, como educação, serviços de assinatura, academias, telecomunicações e utilities. O principal risco não está na tecnologia em si, mas no tempo exíguo para adequação. A migração exige ajustes internos, integração com provedores de pagamento e revisão dos fluxos de cobrança, etapas que, se deixadas para o último momento, podem resultar em falhas, atrasos nas autorizações e até interrupções no faturamento.
Para Marlon Tseng, CEO da Pagsmile, a urgência é real e subestimada por parte do mercado. “Empresas que postergarem essa adaptação podem enfrentar gargalos operacionais justamente no período de maior demanda. Não se trata apenas de cumprir uma regra do Banco Central, mas de proteger a previsibilidade financeira e evitar rupturas na experiência do cliente”, afirma.
O executivo reforça que a adequação antecipada não apenas reduz riscos, mas também posiciona as empresas de forma competitiva em um cenário de pagamentos cada vez mais digital e automatizado. “O Pix Automático inaugura um novo padrão de eficiência para cobranças recorrentes. Quem se adianta aproveita vantagens importantes, como redução da inadimplência, maior segurança e eliminação de processos manuais. Esperar o prazo final é expor o negócio a riscos desnecessários”, completa Tseng.
Especialistas do setor destacam que, apesar de a tecnologia trazer benefícios tangíveis para empresas e consumidores, o período de adaptação pode pressionar times de TI, financeiros e operacionais. Por isso, recomenda-se que empresas iniciem os testes e integrações, evitando realizar transições críticas às pressas.
À medida que o cronograma do Banco Central se mantém firme, a adoção antecipada do Pix Automático deixa de ser apenas uma obrigação regulatória e passa a representar uma questão de continuidade de negócios e, sobretudo, de competitividade no ecossistema de pagamentos brasileiro.













