Fabíola Reipert: o veneno tem seu preço

Com boatos sobre a vida dos famosos, a fofoqueira Fabíola Reipert ressuscita um subgênero meio esquecido da TV: a baixaria. E a Record banca os processos

fabiola-reipert-2015-8A foto acima capta um momento singular: o abraço entre duas espécies de cobra da fauna televisiva. A serpente cor-de-rosa é a mascote de pelúcia de A Hora da Venenosa, quadro de fofocas do programa Balanço Geral, da Record — e é obviamente inofensiva. Deve-se tomar cuidado, isto sim, com a moça de visual vamp que sorri toda fofa enquanto interage com o bichinho. Se a paulistana Fabíola Reipert, de 43 anos, mordesse a língua, iria zerar o estoque de soro anti­o­fídico do Instituto Butantan. As celebridades brasileiras que o digam. Fabíola é a inspiração do título e a estrela principal do trio que conduz A Hora da Venenosa. Com currículo de quase vinte anos de colunista de TV em jornais, ela anda sacudindo a antes modorrenta briga pelo ibope na faixa das 2 da tarde. A atração da Record alcança entre 9 e 10 pontos em São Paulo, e há meses dá baile no tradicional Vi­deo­show, da Globo. Antes de chegar à TV, Fabíola já era a blogueira mais popular do portal da Record na internet, o R7. Aos 40 milhões de visualizações mensais de seu blog, soma-se um canal no YouTube com 128 000 seguidores inscritos. A cobra não economiza peçonha, mas é bem aquinhoada: seu salário está na casa de gordos 50 000 reais mensais.

Só que o veneno tem seu preço: Fabíola carrega nas costas uma penca de processos judiciais movidos pelos alvos famosos. Apenas um dos processos, em fase adiantada e com pouca chance de reversão, obrigou a Record a depositar quase 450 000 reais em juízo, a título de indenização a Luciano Huck (eis o número preciso indicado na guia de depósito: 449 567,63 reais). Em seu blog, Fabíola insinuou que o apresentador da Globo vivia uma crise no casamento com a apresentadora Angélica — nas notas, eles são chamados de “casal margarina”, em referência à imagem de estrelas-família de comercial. O último a lhe declarar guerra foi Luan Santana. Há duas semanas, após repetidas notas sugerindo que haveria algo mais pessoal por trás da amizade do sertanejo com seu ex-personal trainer, Gutão, o cantor anunciou um boicote às atrações da Record.

O sucesso de A Hora da Venenosa ressuscitou um subgênero que andava meio esquecido: a fofoca baixa. Para tirar seu naco, Silvio Santos entrou em campo. Em agosto, o SBT botou no ar uma atração similar no mesmo horário. De uma tacada, Silvio trouxe dois alcoviteiros da TV Gazeta, Leão Lobo e a drag queen Mamma Bruschetta. “Era uma proposta irrecusável”, diz Lobo. Mas nem o salário de 20 000 reais pago a cada um deles garantiu o êxito do Fofocando. Até agora, o SBT perde feio nos embates diretos. Em nova ofensiva, Silvio contratou Léo Dias, colunista do jornal carioca O Dia, tão docinho quanto Fa­bío­la, para dar botes na amiga. Como tudo o que é ruim sempre pode piorar, a Record redobrou a aposta: criou cinco clones regionais de Fabíola, de Porto Alegre a Goiânia.

Fonte: VEJA

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