“Maravilhas”, o novo EP do músico sambista João Junior foi lançado nas plataformas digitais neste mês de junho, o primeiro projeto do artista com a gravadora Kuarup. Ele também faz parte do projeto Samba em Movimento, um dos selos da gravadora que carrega mais de 40 anos no mercado nacional.
João é um personagem que logo no princípio desperta uma curiosidade diferente nas pessoas não pelo seu trabalho musical, mas porque além de compor e cantar ele se dedica a uma importante tarefa: ele é professor universitário.
Com mais de 500 alunos, que gostam e incentivam o trabalho de João Junior, o sambista vem construindo uma história inspiradora e progredindo cada vez mais nas duas profissões.
Conversamos com o artista para entender um pouco mais da história que carrega, a relação entre os instrumentos e o estúdio com a lousa e a sala de aula, o EP “Maravilhas” e as expectativas para eventos em um futuro próximo.
É Pop na Web: João, há quanto tempo você concilia a atividade como professor e a carreira na música?
João Junior: Bem, eu sou cantor profissional e músico desde os 17 anos, ou seja, ainda era menor de idade e fui trabalhar em casas noturnas de São Paulo, cantei em bandas de bailes e isso acabou me dando muita experiência de palco.
ÉPNW: É claro que o começo de trajetória de qualquer artista não é fácil, mas você sentiu que o desafio que estava enfrentando como cantor seria mais difícil justamente por já ter uma atividade paralela, atuando como professor?
JJ: A atividade paralela de professor veio anos depois, porque na minha família tem muitos professores. Minhas tias eram professoras eu tenho irmãs que também são formadas na área pedagógica e isso acabou me influenciando, pois, as dificuldades da vida de músico fazem com que acabemos por procurar outras fontes de renda. Acontece que iniciei meus estudos na área de letras, literatura e língua portuguesa na PUC – SP e lá fui aluno do grande professor pesquisador Dino Preti que me convidou para fazer mestrado eu levei muito a sério a minha pesquisa, ao mesmo tempo fui prestando concurso para docência e ia trabalhando como professor em universidade. Enfim, o que eu quero dizer é que são duas profissões desafiadoras e que exigem dedicação e em muitos momentos, o professor sustenta o cantor e músico.
ÉPNW: Qual costuma ser a reação dos seus alunos da universidade ao saber que você também é cantor e compositor?
JJ: Os meus alunos adoram o fato de eu me dividir entre as duas atividades. Acredito que isso acaba me aproximando deles, pois eu sempre utilizo a música em minhas aulas e essa prática acaba sendo um verdadeiro diferencial.
ÉPNW: Por que o Samba? Qual sua relação com o samba, João?
JJ: Para falar a verdade, eu não me considero um verdadeiro sambista, acredito até que seria muita pretensão de minha parte me colocar como um cantor de samba, pois a minha fonte é infinitamente grande e significativa eu cantei Bossa – nova, blues, funk dos anos 70, salsa, reggae, soul music e jazz por outro lado, eu cantei Cartola, Almir Guineto, Bezerra da Silva, Noel Rosa, Paulinho da Viola, Djavan, Caetano Veloso, Jonhy Alf, Zé Keti, inclusive tive a oportunidade de cantar com Zé Keti nos bares do Bixiga onde eu trabalhava com os meus amigos músicos. Essa é para contar para os netos um dia…. cantei “A voz do Morro” e “Máscara negra” com ele.
ÉPNW: Recentemente você iniciou um trabalho com a gravadora Kuarup, que já o inseriu no projeto “Samba em Movimento”. Qual sua expectativa para os próximos passos dessa parceria?
JJ: O trabalho pela Kuarup é um projeto maravilhoso do produtor Humberto Miranda – Samba em Movimento – que me proporcionou uma grande oportunidade para divulgar o meu trabalho. O EP está em todas as plataformas digitais e eu estou em estúdio gravando as outras faixas e muito feliz pela oportunidade e é uma grande satisfação fazer parte desse selo que sempre admirei pela qualidade e relevância de seus artistas, Paulo Moura, Elomar, Xangai, Geraldo Azevedo, Vital Farias estou me referindo ao antológico disco Cantoria 1 e 2 que eu ouvia até cansar …veja que jamais imaginei que um dia poderia, também um dia lançar meu trabalho pela Kuarup é uma grande honra mesmo.
ÉPNW: Seu último lançamento, o EP “Maravilhas”, possui faixas como “São Paulo, São Paulo” e “Me Ilumina”. Como foi a composição desse projeto e, você acredita ser possível alguma apresentação ao vivo do EP “Maravilhas” ainda em 2021?
JJ: O meu EP tem a música ‘São Paulo, São Paulo (o filme)’, ‘Quando a Chuva cair’ e ‘Pronto Socorro’ de minha autoria, as outras são uma parceria com um grande amigo e parceiro Douglas Caturani. A outra canção ‘Me ilumina’, é uma regravação de autoria de Cyro Aguiar que chegou a gravar, com a participação de Leci Brandão em um DVD ao vivo e eu fiz a minha leitura da música, bem particular com muitos metais, guitarras, percussão e muito swing.
No momento, estamos entrando nas gravações do clip das músicas e sim, preparando as apresentações, pois daqui a pouco quando acabar esta pandemia teremos muitos shows e vai ser uma verdadeira maravilha.














