Produção independente: Cinema alternativo conquista espaço com produções sem orçamento

Saiba sobre os bastidores do premiado Baile de Máscaras, filme independente de Iury Pinto, que tem conquistado o público

Já dizia Cacá Diegues, um dos maiores nomes do cinema nacional: “Quando faltam recursos financeiros, a criatividade precisa estar aflorada para conseguir realizar a produção de uma obra” e essa é a mais pura verdade, em seu primeiro longa-metragem Ganga Zumba (1963), Cacá usou as luzes dos postes para iluminar as cenas noturnas, além de gravar muitas cenas em close para que a câmera captasse melhor o áudio, sendo assim, não é de hoje que fazer cinema de baixo orçamento é um grande desafio.

E, assim, muitos produtores têm seguido, ainda mais em tempos pandêmicos, onde a cultura tem ficado em segundo plano. É preciso criatividade para fomentar o setor. E, quem comprova isso é o diretor de cinema Iury Pinto. Para ele, produzir no Brasil não é fácil. Mas, com boa vontade e criatividade é possível vencer. Basta buscar boas parcerias e uma história que seja possível realizar dentro das suas possibilidades, assim, a mágica acontece. “Acredito que o grande segredo é achar uma história que caiba no seu orçamento, e não fazer uma história caber em um orçamento pequeno”, conta.

 Recentemente, Iury lançou o filme “Baile de Máscaras”, uma homenagem não só ao carnaval, mas aos artistas que resistem às adversidades. O objetivo foi retratar as dificuldades que a pandemia trouxe para a cidade e aos milhares de trabalhadores que vivem da indústria do carnaval, que ficou parada por conta da pandemia. Mas, não foi só este setor afetado, a indústria cinematográfica também passou por períodos tão sombrios quanto a do carnaval. Lançado a poucos meses, a obra já recebeu mais de 15 prêmios. Dentre eles, a participação na categoria Horns Concurs do Festival do Rio.

Para contornar os impactos da pandemia e a falta de patrocínio diante da paralisação do mercado audiovisual, Iury reuniu um grupo de artistas talentosos e, juntos, foram às ruas produzir o filme, que teve 90% da gravação em cenários externos, em uma cidade praticamente vazia. Ele lembra que para se protegerem, toda a equipe usou máscaras durante as gravações, o que foi desafiador para os atores, gravar o filme inteiro usando máscaras. Mas o detalhe acabou se tornando um grande diferencial para o filme, pois os atores tinham praticamente só “a voz e os olhos” para se comunicarem em cena, e ainda sim conseguiram atuações bastante expressivas, que já renderam diversos prêmios ao filme.

Para o diretor, o maior desafio de gravar sem verba e em meio a pandemia, foi a preocupação com a equipe, para não colocar ninguém em risco, mas, mesmo assim, ele aponta que com todo cuidado, todos estão à mercê do acaso. Mas, sempre positivo, se alegra de ter dado tudo certo, e nenhum membro da equipe foi infectado.

Iury Pinto não para. E faz muitos planos para o ano de 2022. O profissional já está se movimentando para produzir um novo trabalho. “Acredito que 2022 será um excelente ano para o mercado audiovisual, pois cada vez mais conquistamos facilidades de acesso a equipamentos mais baratos que entregam uma grande qualidade, e um ciclo de vida mais abrangente do filme, que após sua estreia no cinema, pode seguir sendo visto no Streaming, Tv Aberta ou até internet.

E, com isso, o cinema independente é fundamental para a descoberta de novos talentos e histórias fora do convencional.  Viva o cinema nacional”, finaliza.

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