Terapia de Risco 2013
Side Effects
Dirigido por: Steven Soderbergh
Side Effects é um suspense ambientado no mundo da psicofarmacologia – a relação entre alterações de humor e comportamento e o uso de substâncias químicas. A trama acompanha uma mulher, Emily Taylor (Rooney Mara), que toma diversos remédios para conter a depressão relacionada à saída do seu marido (Channing Tatum) da prisão. Catherine Zeta-Jones e Jude Law interpretam a dupla de médicos que cuida de Emily.
Estreia Brasil:
17 de Maio de 2013
Como uma boa fã de tramas Psicológicas, não sei como não tinha visto Terapia de Risco antes!
Vi a chamada na NetFlix, que já deve ter traçado meu perfil e percebido que eu PRECISAVA desse filme no meu Rol de favoritos. Acontece que eu me deixei levar pela sinopse, sem esperar muita coisa, e quando você chega até algo bom sem expectativas, o resultado acaba sendo melhor ainda.
Rooney Mara (Lisbeth Salander, você por aqui?), vive Emily Taylor, uma garota depressiva. Muito depressiva. Com a saída do marido da cadeia, ao contrário de uma melhora progressiva, ela acaba tendo um pico de depressão seguido de episódios de tentativas de suicídio.
Como uma Psicóloga formada, com um pé inteiro na teoria psicanalítica, me deliciei com os aspectos diagnósticos, me atendo ao relacionamento dela com o terapeuta (Jude Law) e tentando desvendar os mistérios da mente da personagem, para entender um pouco a origem do transtorno depressivo tão grave que a acometia.
Há também um aspecto de critica quanto ao modelo americano farmacêutico, em que os antidepressivos são remédios tão populares que se tornaram extremamente acessíveis a qualquer um, como são as vitaminas para nós. Você, brasileiro, já imaginou como seria uma propaganda em horário nobre com o estilo “Sabão em Pó”, mas falando de anti depressivos?
“Seja feliz novamente!” “Acredite no amanhã!” – coisas do tipo.
Pois é, nos EUA é bem assim, e é possível medicar-se por conta própria.
Vitima de um possível efeito colateral de um medicamento popular, Emily passa a ter episódios de sonambulismo, e pode-se perceber que o conteúdo dessas manifestações expressa sempre a vontade dela de recuperar a filha que abortara alguns anos antes.
ZONA DE SPOILER, PEOPLE!
Num desses episódios extremos, ela acaba esfaqueando e matando o pobre marido…
A culpa seria do remédio? Do Psiquiatra que não interrompeu o tratamento? Dela mesma?
Aí as coisas começam uma reviravolta incrível e surpreendente.
O Terapeuta tem a vida toda virada de pernas para o ar por conta do caso. De inicio, ele ajuda a moça a conseguir vencer na justiça e não ser presa por Homicídio intencional, considerando que ela cometeu o ato na ausência de sua consciência. logo, não havia intenção.
Para não me alongar demais na resenha, vou direto aos pontos.
O expectador passa a ver um descontrolado terapeuta que, depois de ter enormes problemas por conta do caso, passa a experimentar sentimentos paranoicos com relação a Emily. Ele desconfia que tudo foi um plano arquitetado por ela e sua antiga médica, para ganhar dinheiro com a morte do marido de Emily.
Imersa na trama, julguei a paranoia do terapeuta e fiquei totalmente do lado de Emily, mas há uma cena em que tudo muda.
O tal “Soro da Verdade”, usado em certas entrevistas, quando aplicado na moça, a faz declarar seu amor pelo marido, mas, na verdade, era pura Salina.
Toda aquela trama era uma armação!
Eu tinha me enganado pelo andar da carruagem, pensando estar vendo um thriller Psicológico, quando, na verdade, tudo não passava de um plano sórdido!
Amei o desenvolvimento de Jude e Rooney no filme. O cara estava desempenhando aquele jeito calmo e meio caricato de um Psiquiatra, enquanto ela foi perfeita em todos os momentos. Perfeita!
Rooney deu um show de atuação, enganando o expectador ao representar a depressiva, e depois uma psicopata manipuladora e mestre da mentira.
Com certeza indicarei esse filme aos amantes dos thrillers Psicológicos. Desafiar nossa inteligencia e nosso julgamento é o grande mérito de Terapia de Risco.
Nota 5 com estrelas para o filme e para Jude e Rooney!
Fonte: Menina Libélula