O que “Kaningawá” significa, ninguém pode dizer. O neologismo veio em sonho, um devaneio noturno que virou canção e agora ganha vida no novo single de Beto Mejía. Pode até ser que “Kaningawá” não tenha um sentido estrito, mas para o cantor, compositor e instrumentista a música sopra novos ares de uma renovação sonora. Nessa troca de pele, Beto abre mão de seu lado introspectivo, que ganhou força no EP “Abraço”, e se redescobre em uma aura mais solar e plural. O novo single vem para anunciar o próximo lançamento de Beto Mejía: o álbum “Wahyoob”, previsto para novembro.

Conhecido por seu trabalho como flautista na banda Móveis Coloniais de Acaju, que anunciou recentemente uma pausa em suas atividades, Beto traz no currículo apresentações ao lado de nomes como Lenine, Hamilton de Holanda e outros. Se lançar em uma experiência solo foi uma maneira de dar forma a criações mais pessoais, mais íntimas, mais próximas do peito. Foi daí que veio “Abraço”, trabalho que lançou em 2012. Já o álbum “Wahyoob” e, em especial, o single “Kaningawá”, vêm de uma outra perspectiva, de experimentações e descobertas, mas sem abrir mão do formato canção.
“Quis conduzir a construção da música com elementos com que ainda não tinha intimidade, como synths e polirritmia. Foi um excelente estudo e aprendizado. Esse disco é mais um passo pra buscar identidade como compositor e para criar ferramentas de sensibilização, sempre no intuito de fazer as pessoas se sentirem melhor. Confesso que pensei muito no axé da Bahia em diversas músicas, e Kaningawá foi a primeira que compus para o disco dentro dessa perspectiva. Como juntar grooves de macumba, guitarras indie e melodias a la Beach Boys e Beatles? Essa foi minha intenção”, revela o compositor.
Não foi por acaso que esse acabou se tornando o primeiro gostinho do novo trabalho de Beto Mejía. Por ser a mais contagiante do disco e uma das faixas mais alegres e motivadoras de “Wahyoob”, ela vem carregada de referências de vida, amores e vontades do próprio autor. Mais que uma música de transição entre espectros criativos bastante diferentes, “Kaningawá” diz logo a que veio: fazer sorrir, cantar, dançar.
“Ela representa a minha vontade de uma energia mais colorida e tropical. Essa canção busca trazer o ouvinte para um nível energético que as canções do outro trabalho solo não alcançavam. A instrumentação e temática da letra foram pensadas para isso. Estou encarando essa canção, nesse novo momento da minha carreira, como um passo para o aprendizado do desconhecido. Se ela fosse um livro, seria Capitães de Areia. Se fosse uma novela, Tieta. Se fosse um barulho, o do vento nas ondas do mar”, define Beto.
Para estabelecer de vez essa identidade plural, o título chegou via subconsciente, durante um sonho em que sua filha, à época ainda não nascida, ditava a palavra misteriosa. “Sentia que ali precisava de um termo forte, que por si só resumisse o que a letra da música diz. Nada melhor do que o nosso inconsciente botar pra fora o que ainda não temos a simplicidade pra verbalizar”, completa.
O single ganhou forma com uma gama de sons além dos instrumentos mais familiares a Beto, que estudou piano, flauta doce, canto e graduou-se em flauta transversal na Escola de Música de Brasília. Aqui, ele assumiu a produção da faixa ao lado de Kelton Gomes, com quem divide os créditos por baixos e guitarras na música. Também participam os sopros que o acompanharam durante anos no Móveis: Esdras Nogueira (sax barítono) e Paulo Rogério (sax tenor). Completam o time Anderson Nigro (bateria); Jefferson Pimpão (trombone); e Thiago de Lima Cruz (percussão). A mixagem e masterização ficou a cargo de Xande Bursztyn.
“Wahyoob”, o novo disco de Beto Mejía, chega aos serviços de streaming em 04/11.
Ouça “Kaningawá”:
Spotify: https://open.spotify.com/album/0MLiMxQJu2uMfvrX37N38T
Deezer: http://www.deezer.com/album/14315510
Soundcloud: https://soundcloud.com/betomejia/kaningawa












