Streaming e games: a revolução do lazer doméstico brasileiro

Como vídeos, música e jogos digitais transformaram a casa no principal palco de diversão do país

Foto: istock/Pavel Muravev

 

O lazer dentro de casa ganhou novos contornos no Brasil. Se antes a sala era dominada pela TV ligada em canais tradicionais, hoje ela se parece mais com um centro multimídia, em que cada morador escolhe o que ver, ouvir ou jogar. A ascensão do streaming e dos games formou uma dupla que reorganiza hábitos, cria novas rotinas e redefine o que significa relaxar sem sair de casa.

 

A migração da tela: como o streaming supera a TV tradicional

 

A internet já chega a 74,9 milhões de lares brasileiros, segundo dados recentes do IBGE. Na prática, isso representa quase todo o país conectado e apto a consumir formatos digitais com fluidez. Não à toa, o tempo dedicado ao streaming disparou. Em junho de 2024, o formato alcançou mais de 40% da audiência total da televisão, segundo relatório da Nielsen, ultrapassando canais abertos e fechados e consolidando um movimento que há anos parecia inevitável.

 

O brasileiro passou a montar a própria programação como quem monta um prato em um restaurante self-service. Em vez de esperar o horário da novela ou do telejornal, basta escolher a série, o filme ou o show musical que combina com o momento. Essa liberdade cria novas rotinas. Famílias organizam maratonas, grupos de amigos compartilham recomendações, e as noites de sexta-feira, antes dominadas pela TV linear, agora ganham múltiplas narrativas simultâneas.

 

Um dos pontos para a expansão do consumo de streaming acompanha diretamente o avanço da banda larga doméstica. Quanto melhor a conexão, mais natural fica substituir a grade fixa de programação por um cardápio próprio, totalmente sob demanda.

 

A personalização da escolha redefinindo o lazer doméstico

 

Enquanto o streaming redefine a forma de assistir, os games ampliam o que significa brincar e se conectar. A Pesquisa Game Brasil 2024 mostra que 73,9% da população joga algum tipo de jogo digital. É um número que revela não só popularidade, mas também a diversidade desse universo. Jogam adultos, jovens, crianças e idosos, em celulares, computadores ou consoles.

 

Se maratonar séries virou hábito coletivo na sala, jogar online se tornou ponte para interações que antes só aconteciam presencialmente. É comum ver familiares dividindo a mesma TV para assistir juntos, enquanto amigos se encontram virtualmente para disputar partidas mesmo vivendo em cidades diferentes. A casa deixa de ser apenas refúgio, tornando-se também ponto de encontro.

 

Esse cenário faz com que cada espaço doméstico se transforme. Um quarto pode ser estúdio de música, a sala pode virar cinema, e uma simples TV de 32 polegadas pode servir tanto para acompanhar o episódio do momento quanto para jogar uma partida rápida com amigos. A fronteira entre diversão individual e compartilhada ficou mais fluida, como se a casa ganhasse múltiplas personalidades ao longo do dia.

 

O impacto no comportamento do consumidor e na vida cotidiana

 

A revolução do entretenimento doméstico não se resume às escolhas, mas se reflete no comportamento. A busca por internet de maior velocidade cresce, o mercado de dispositivos conectados se expande e a relação das famílias com o tempo livre muda. Se antes a TV determinava o ritmo do lazer, agora é o lazer que dita o ritmo da casa.

 

Essa mudança também democratiza o acesso ao entretenimento. Uma conexão estável, um celular ou uma TV de tamanho modesto já permitem entrar em universos de música, filmes, séries e jogos. O lazer doméstico se torna mais acessível, plural e moldável a cada rotina.

 

Com streaming tão presente e com a cultura gamer ocupando espaço cada vez maior, o Brasil abraça uma nova forma de descanso e socialização. O resultado é simples: o lazer doméstico assume protagonismo como nunca, combinando tecnologia, personalização e novos hábitos, que refletem um país conectado e criativo em seu tempo livre.

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