Advogado especialista em direito tributário, Eliézer Marins analisa o impacto da eleição de Joe Biden ao Brasil

Eliézer Marins (Divulgação/JM Assessoria)

A eleição do presidente Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos inflige ao governo Jair Bolsonaro novos desafios a serem enfrentados e dúvidas a serem questionadas. Bolsonaro está, a partir desse momento, seu sem aliado internacional, Donald Trump. Isso acarretará na quebra da aliança estratégias entre os dois? Haverá quebra de acordos?

Eliézer Marins, advogado especializado em direito tributário analisa como deve ficar o cenário entre os dois países com a eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos. “O fato é que o presidente Jair Bolsonaro perdeu um importante parceiro da sua base eleitoral fiel e corre o risco de ser isolado da agenda ambiental, no discurso anti-China e no confronto aos governos de esquerda da América Latina e do globalismo. Donald Trump e Bolsonaro compartilham do mesmo posicionamento ideológico conservador e de direita, mas o governo Bolsonaro defende que a aproximação de agendas dos países não é resultado apenas de simpatia mútua, mas o reconhecimento de que a relação com os americanos é uma oportunidade de aumentar o fluxo de negócios bilaterais e a influência política brasileira na América Latina. Trump se relaciona com o mundo a partir de um nacionalismo que definiu como “America First” (América em Primeiro Lugar), eliminando acordos internacionais que ele acreditava terem dado ao país dele um pacto injusto. Já o presidente Joe Biden, tem uma visão muito mais tradicional dos interesses dos Estados Unidos, baseado em instituições internacionais estabelecidas após a Segunda Guerra Mundial e em valores democráticos esquerdistas. No início da lista de tarefas de Biden, está a restauração de relacionamentos tensos, especialmente na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e o retorno a alianças globais. O governo Biden também voltaria à Organização Mundial da Saúde e buscaria liderar uma resposta internacional ao coronavírus” – ressalta ele.

Ainda de acordo com Eliézer, no decorrer da campanha, Biden se posicionou sobre vários temas e, inclusive, registrou algumas propostas de como pretende lidar com elas. O especialista faz uma análise de algumas delas:

ECONOMIA: A economia está ligada ao fim da pandemia, pois enquanto o covid19 estiver persistindo, será difícil trazer de volta à normalidade as atividades dos setores de comércio e indústria. Biden propõe implantar dinheiro na economia, principalmente no desenvolvimento de novas tecnologias sustentáveis. O democrata também se comprometeu a preservar pequenos negócios, aumentar o salário mínimo e outros benefícios aos quais os trabalhadores têm direito. A valorização da indústria americana é uma ideia que aproxima Biden e Trump. Trump é adepto à ideia de investir e incentivar a compra de produtos, serviços e tecnologias feitas em solo estadunidense”.

COVID-19 E SAÚDE PÚBLICA: “As projeções até os meses de abril e maio indicavam uma reeleição de Trump, mas ele cometeu equívocos grosseiros, que culminaram na morte de milhares de norte-americanos. Biden precisa agir rapidamente o para lançar mão de novas medidas de contenção do coronavírus pelo país. É previsto um amplo programa de testagem e a contratação de cem mil profissionais para criar um programa de rastreamento de casos. Nos os últimos meses, Trump disse que cortaria a verba que os Estados Unidos destina à OMS pelo fato de não estar de acordo com a forma que seus diretores estavam conduzindo as ações contra a pandemia. Cumpre ressaltar, no entanto, que as leis e os projetos propostos pelo democrata dependerão de como se configurarão as casas legislativas americanas”.   

MEIO AMBIENTE: “Essa é uma das áreas em que Biden teria a maior divergência em relação ao seu antecessor. Biden já afirmou que vai recolocar os Estados Unidos no Acordo de Paris, que determina a redução de 28% na emissão de gases do efeito estufa até 2025. Donald Trump retirou o país do acordo em junho de 2017, argumentando de que gostaria de renegociar as metas e os objetivos de uma maneira que ‘fosse mais justa ao país, às empresas, aos trabalhadores e aos pagadores de impostos’, segundo ele”.

IMIGRAÇÃO: “O candidato democrata fez duras críticas aos casos relatados na imprensa ao longo dos últimos anos, situação em que mães e filhos imigrantes foram separados e mantidos retidos em condições precárias na região da fronteira com o México. Biden também garantiu que irá oferecer cidadania para muitos imigrantes. A promessa que Trump fez desde 2016 de construir um muro nos EUA que fazem divisa com o México é outro tópico que não seria mais levado a diante. Conclui-se que com a eleição de Joe Biden como novo presidente americano, haverá uma guinada na relação do Brasil e de outros países com os Estados Unidos” – finaliza o advogado.

Eliézer Marins é advogado formado pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), com especialização em Direito Tributário e CEO do Grupo Marins, traz de família a experiência em consultoria tributária, empresarial e de como sobreviver à crise. A frente do Grupo Marins, uma empresa com tradição familiar, que há 45 vem se atualizando para ajudar seus clientes a desmistificar medos em relação a investimentos e à economia, ele vem conquistando cada vez mais seu reconhecimento no mercado.

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