Por Augusto Vianna

Há tempos a profissão de DJ vem sendo exercida pelos jovens dentro das comunidades do Rio de Janeiro. Vista como uma nova oportunidade de trabalho, os rapazes buscam dentro da profissão a chance de alcançar o sucesso para ajudar as famílias.
Morador da comunidade do Conjuntão, localizada em Padre Miguel, zona oeste do Rio, o estudante Vanderson Lima,19, mais conhecido como DJ 2G começou a carreira em 2015, tocando na festa de aniversário de um amigo. Antes trabalhava em um órgão público.
“Antes de eu começar a tocar nos bailes, eu fazia parte do FIA [ Fundação para a Infância e adolescência] na procuradoria do Estado,’’ disse ele.

Visto como a nova uma chance de ganhar dinheiro, a nova profissão que embala os finais de semanas, dentro e fora dos bailes, torna-se uma fonte de renda, assim como é para os Mcs [de raiz], que também vieram desse meio, e tornaram-se grandes estrelas, como Anitta, Nego do Borel e Ludmilla.
“Minha maior dificuldade foi aprender a produzir, e hoje, graças a Deus, eu sei o bastante”, completa 2G.
O ritmo escolhido por eles é o funk, que é de origem das comunidades, além de gerar uma grande influência entre jovens, adolescentes e até mesmo os adultos não ficam de fora.
Ruan de Oliveira começou sua carreira aos 13 anos, hoje com 18, o morador de Duque de Caxias é o mais conhecido como DJ Zullu.
“Meu irmão era Mc e eu sempre via os trabalhos dele, e como já gostava muito de funk desde criança, eu comecei a pesquisar mais e quando vi já estava envolvido [na profissão],” diz ele.
Há quem ainda sinto um certo preconceito por quem vem do funk, mas para esses jovens cheios de sonhos é apenas uma força há mais.

“Conseguir quebrar o preconceito das pessoas [contra funk]. Julgam sem mesmo te conhecer, mas isso é que nos move, nos dá força” completa Zullu.
Rennan da Penha, 25 , é morador da comunidade da Penha, zona norte do Rio, embala as noites cariocas do Rio de Janeiro, com seus podcasts e ganha a vida fazendo sucesso como DJ.
“Eu vivo do meu trabalho. À noite me apresento, e durante o dia produzo para mim e alguns amigos MCs, muito conhecidos, “ conta ele.

O jovem ainda acredita que a maioria dos moradores de comunidades e fora delas também, não possuem grandes oportunidades de crescimento profissional.
“A verdade é que a maioria dos manos de comunidade e também de fora dela não tem oportunidades, incentivo de trabalho e educacional por parte das governantes. Não só ser DJ ou MC ajuda a tirar qualquer um de caminho que não seja bacana, mas a dignidade social é fundamental, ” acredita o jovem.
E sobre os sonhos destes jovens? Eles não pensam pequeno não, e logo querem conquistar cada vez mais o público e se tornarem o melhor no que fazem.
“Ser um dos maiores produtores de funk do Brasil! Ajudar crianças a alcançarem seus sonhos e proporcionar uma vida melhor para minha família”, diz Zullu.
“Meus planos é continuar tocando nos bailes e nos eventos, e conquistar mais o meu público”, completa 2G.
Por Augusto Vianna